quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Racismo X Cotas

O Sociólogo Demétrio Magnoli foi totalmente infeliz em afirmar no último programa Canal Livre realizado pela BAND, se baseando apenas em argumentos científicos, a inexistência de raças; uma das suas falácias mais incoerentes proferida foi quando, o próprio, afirmou que o Brasil do século XIX não se utilizou do conceito racial para justificar a escravização humana, sinceramente eu acho que no mínimo ele deve ter surtado. O escritor do livro “Uma gota de sangue” que inclusive utiliza os conceitos raciais eurocêntricos para justificar a sua opinião em relação ao racismo, esquece que a questão vai muito mais além, pois o que ele propõe são cotas sociais para solucionar a questão das desigualdades dentro da nossa sociedade, só que no Brasil a multidão de pobres são oriundos dos primeiros miseráveis escravizados, que logo após libertados foram jogados nas ruas sem nenhum tipo de amparo social; e não tiveram outra alternativa a não ser voltarem para a escravidão, ou seja, oferecer a sua força de trabalho em troca de uma mera sobrevivência desumana, enquanto a “raça ariana” brasileira continuavam sendo beneficiada pelos seus títulos e nomes nobres, obtendo as posições de destaques e as melhores oportunidades dentro da sociedade. Atualmente a miscigenação amenizou a questão da estética da racialidade, mas o ilustre escritor prefere ver isto como ausência de raças, ou seja, de negros e índios, pois todos por aqui são pardos, porém o que houve historicamente foi o esbranqueamento da população brasileira com as imigrações no século XX, que por sua vez, veio ressaltar ainda mais o racismo no Brasil.



Agora meu caro Demétrio, observei as suas indagações, e concordo com você quando diz que a grave deficiência no sistema educacional público é o principal fator que contribue com a existência da política de cotas, e somente sobrevive por falta de uma ampla reforma da educação básica, bucando melhorar a qualidade de ensino-aprendizagem, mas deixo aqui outra indagação; será que com a melhora deste pilar social os afrodescendentes, negros e índios teriam acesso a esta educação? Acredito que ela ficaria gratuitamente para a elite branca e burguesa, e a conta seria nossa mais uma vez, assim como acontece nas universidades públicas. A questão não é só melhorar o sistema educacional público do nosso país, mas sim criar condições para que todos tenham acesso a ele sem discriminação.


Cientificamente acredito não existir raças, mas socialmente a racialidade está ferozmente incutida nas mentes das pessoas, e uma mentira repetida várias vezes a exaustão, assim como a propaganda nazista fazia na Alemanha, acaba se tornando uma verdade cruel, desumana e muito perversa pra quem vive do lado de cá, por isto sou a favor da reparação.

Um comentário:

El Marighella disse...

Mais um idiota querendo aparecer!!!