quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

A humanidade precisa amar...


Como diria Camões em seu poema:

Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.


Eis o grande dilema de todos que vivem sobre a terra, amar ou não amar, se entregar ou não se entregar, mas o que é o amor? Já vimos que segundo Camões é algo sublime, abstrato e complexo, e você o que considera ser o amor? Alguns preferem amar outros se apaixonar, mas será que o amor e a paixão são os mesmos sentimentos ou apenas se confundem entre si? A maioria das pessoas afirmam já ter vivido uma grande paixão, mas quando se fala no grande amor de suas vidas, elas acreditam ainda não ter vivido. Será que é tão difícil amar alguém a ponto de somente querer se apaixonar? Será que as pessoas classificam a paixão como algo menor que o amor? Será que o amor só existe dentro da sexualidade humana? O que as mulheres pensam a respeito disto por serem consideradas mais sensíveis que os homens quando se trata dos sentimentos? Elas preferem se apaixonar ou amar? O amor segundo elas é um sentimento maior que tudo supera, mas será que se trata de algo tão incondicional assim? É tão difícil dizer que ama alguém, ou falar que ama se tornou algo banal nos dias atuais? Quantas vezes você já ouviu eu te amo? Quantas vezes você já falou eu te amo? E qual foi a sua reação quando ouviu? E o que sentiu quando falou? O amor termina ou se transforma? Poderia alguém explicar o amor? Mas qual o motivo de tanta resistência em se amar alguém?

Não sei responder todas estas perguntas, mas acredito que a falta de amor tem levado a humanidade para o declínio, hoje as relações são tão efêmeras e passageiras que é difícil se cultivar o amor nas pessoas, a falta de tempo e as metas estabelecidas se tornaram aspectos tão cruciais e preponderante na vida dos seres humanos que parar pra analisar, conhecer o outro e compartilhar ficaram em quinto plano. Por isto vemos algumas das profecias religiosas se cumprirem, quando algumas delas chegaram a citar que o amor de muitos se esfriariam no mundo, não sou religioso, mas confesso concorda com tais profecias. É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, mas é muito difícil, algo extremamente utópico para nós seres humanos, pois os nossos egos infestado de ódio, malicia e insensibilidade nos cega de ver um gesto de carinho, ternura e afeto do outro sem dúvidas e descréditos. Será que o amor da humanidade acabará? Quando as pessoas voltaram a se amar sem dúvidas, cobranças, interesses e metas?

Quando o amor no mundo se acabar detesto concordar com as profecias, mas confesso que o mundo também irá se acabar junto com o amor...

3 comentários:

Unknown disse...

Nas poesias de Camões o eu-lirico sofre dores e perdas, o homem dessa época fazia associação do equilibrio entre razão e emoção, as noções de beleza, bem e verdade. Para esses poetas a base do amor fundamentava-se em três pensamentos diferentes: o racionalismo, a idealização e o espiritualismo.

Tata disse...

1ª opção: Quando amamos nos preocupamos demais e sonhamos com a perfeição, às vezes até com o impossível.
Porém a um outro lado que contradiz isso.
2ªopção: Quando amamos de verdade aceitamos defeitos e perdoamos erros. Todos temos a noção de que não existe perfeição e sim a adaptação com os defeitos do outros, amar é sobrepor as vantagens sobres esses defeitos.
Se isso nos faz sofrer é porque optamos pela 1ª opção, mas acho que minha frase poderia mudar se todos tivéssemos consciência de que a 2ª opção é bem melhor. O problema é que a maioria das pessoas associa ao amar a sonhar, quando amar deveria ser posto na realidade.
É verdade, e a explicação é bastante singela. Criamos um mito, segundo o qual as pessoas que amamos são quase-deuses; infalíveis, eternamente bem-humorados, plenos de compaixão, compreensão e perdão. A carga que colocamos em tais pessoas chega a ser desumana. Quando essas pessoas se mostram "normais" e falham conosco, a decepção potencializa a dor. Como não queremos admitir que fantasiamos, aumentamos a dimensão do que o outro causou. Além disso, seres humanos que amamos estão perto de nós com mais freqüência. E conviver é uma fórmula infalível para trazer problemas,não sei realmente se amamos !!

liberdade disse...

O amor, é como a vontade de comer a fruta na copa da árvore, a paixão é como pegar a fruta após vê-la cair ao solo, mesmo ferida.