domingo, 11 de maio de 2008

Cotas ou sobras?

Durante algum tempo gira-se uma discussão em torno da política de cotas para índios e afro-descendente dentro das universidades públicas brasileiras, muitos até já perderam o bom senso em relação ao debate, pois muito se foi visto e falado, porém pouco se foi apresentado como solução ou substituição, como alguns membros da classe média mesmo pregam para o caso. Não vou defender a política de cotas e nem explanar opiniões a respeito dela e sim procurar uma proposta para solucionar o embate.

No Brasil existe uma definição muito clara do que é uma instituição pública e privada; justamente com fins de acabar com elitismo dos juízos de valor que se atribuem à questão da estrutura social relacionada à temática racial e aos fatores sócio-econômico da população negra, branca e mestiça, venho apresentar uma proposta dentro de uma solução cabível a todas as classes pertencentes ao assunto. Pois bem, acredito que existe um equívoco muito grande dentro deste debate que já deveria ter sido reparado há muito tempo, pois as universidades públicas deveriam extinguir os seus vestibulares e avaliar os alunos através dos seus currículos e históricos escolares, assim como a classe burguesa propõe que se selecione os melhores dentro das suas concepções de valores. Porém como o bem público na teoria teria que beneficiar a população e não somente uma parte ou pequena parcela dela, acredito que os melhores estudantes das instituições públicas de ensino médio deveriam ser contemplados com as vagas dentro das instituições públicas de ensino superior, pois isto daria um maior incentivo para os estudantes pobres, negros e de baixa-renda conseguirem provar e mostrar o seu valor, sem falar que aumentaria o nível do ensino médio das escolas públicas de todo o país, claro que junto com tudo isto existiria um patamar de análise dentro de um padrão de escores assim como se pede para definir os critérios de seleção no cenário atual das avaliações de ensino, conhecimento e capacidade de cada indivíduo.


A maioria de vocês deve estar se perguntando ou me perguntando, e onde fica a classe burguesa nesta história? Vamos lá, os melhores estudantes das instituições privadas também iriam passar pelo mesmo critério de seleção, porém entrariam nas universidades públicas através de um critério de cotas particulares, pois na minha lógica não é justo que um indivíduo que tem condições de custear ou bancar os seus estudos tenha tanta necessidade assim de uma instituição pública, pois o poder público tem o compromisso de atender a população como um todo, porém tentando nivelar as relações sociais para que todos tenham os seus direitos iguais e não somente beneficiar uma pequena parcela elitista que ostenta o seu poder e ainda se sente lesado quando o tem que dividir com os outros.

El Lamarca

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